segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Bolsonaro voltando para o PSL

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O vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, com aval do clã Bolsonaro, organiza a volta dos deputados bolsonaristas afastados do partido após o racha entre o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE), e o presidente Jair Bolsonaro, hoje sem legenda.
Rueda virou peça-chave na negociação política que ocorre nove meses após Bolsonaro dizer para um apoiador esquecer o PSL. Há um mês, ele articulou uma ligação entre o presidente e Bivar.
Rueda nega ter tido participação direta no gesto, mas a Folha confirmou com outras duas fontes o papel do advogado na reaproximação. “Como dirigente partidário eu tenho de estar aberto sempre ao diálogo”, afirmou ele.
Na última quinta-feira (13), os sinais de fumaça da reconciliação se tornaram públicos. Em sua live semanal, Bolsonaro cogitou a volta ao PSL ao falar da possibilidade de se filiar a outros três partidos.
“Tem uma quarta hipótese: o PSL. Alguns sinalizaram uma reconciliação. A gente bota as condições na mesa para reconciliar e eles botam de lá para cá também”, disse.
Bolsonaro afirmou ainda que não deve se concretizar a expectativa de que a Aliança pelo Brasil —partido ainda não criado e que reuniria o bolsonarismo— fique pronta neste ano.
De perfil discreto, Rueda comanda essa articulação política de dois imóveis localizados no Lago Sul de Brasília.
Um deles, o escritório localizado perto da embaixada do Kuait, é compartilhado com Otávio Noronha, filho do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha.
O outro ponto de articulação política é a casa de Rueda. Ele recebe dirigentes e autoridades, entre elas o presidente do STJ, que já esteve ao menos duas vezes em eventos realizados no local.
Flávio Bolsonaro é outro frequentador habitual da residência do vice-presidente do PSL. Os dois são amigos e se tornaram os principais articuladores do acordo.
Rueda tenta garantir a Bolsonaro e seus filhos acesso ao cofre do PSL —o principal entrave da disputa política pelo comando do partido em 2019. O vice-presidente da sigla comanda indiretamente as finanças.
Bivar é ainda resistente à ideia. Ele deu sinais a aliados nas últimas semanas de que pode não ceder, mas compartilhar indiretamente espaços de comando na legenda com o presidente da República.
Oficialmente, Bivar negou a articulação. “Isso não foi colocado na mesa”, disse.
FOLHAPRESS

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