quarta-feira, 19 de agosto de 2020

77% dos contaminados com Covid têm menos de 60 anos em Cláudio.



77% dos contaminados com Covid têm menos de 60 anos em Cláudio. 
É uma conta que não fecha, para as famílias de quem perde a vida com a doença, mas é um cálculo necessário de ser feito, quando a falta de sensibilidade das pessoas precisa ser informada. Em Cláudio, até esta terça-feira, 18 de agosto, 172 pessoas contraíram a doença causada pelo novo coronavírus, a Covid-19. 

Deste total, 77,33% têm menos de 60 anos. Os idosos, aqueles que têm mais de 60 anos, somam 22,67% do total, mas 100% dos mortos, o que representa que 7,6%  dos idosos que contraíram a doença na cidade, não resistiram. 

No Brasil, em estudo recente, publicado na grande imprensa, 69,2% das mortes foram de pessoas com mais de 60 anos. Em Cláudio esse índice é de 100%. Aqui, todos os mortos tinham mais de sessenta. Foram duas mulheres, ambas com 73 anos e um homem, com 68 anos. Por outro lado, dos 172 contaminados, 39 apenas tem mais de 60 anos. Outros 133 têm idades até 59 anos, sendo que destes, 6 são crianças com até 8 anos de idade, inclusive uma que não completou ainda o primeiro ano de vida.

Precisamos, porém, deixar os números e passar às histórias de vida e ao alerta do por quê dos números. Assim, é preciso nos fazer uma pergunta de cunho emocional: “eu não gosto dos idosos da minha família?” A pergunta pode soar estranho, mas é preciso fazê-la para que compreendamos o que ocorre, especialmente no Brasil, País onde se trabalha com a informação, difundida inclusive pelo presidente da República, de que “os riscos maiores são para os idosos e os portadores de doença”. Sim, em qualquer caso de transmissão de uma doença, os mais fragilizados estão em condições de sofrerem mais.

Porém, o que parece estar acontecendo é que, por ter menos riscos os “mais jovens” saem às ruas sem preocupação, aglomeram, não se protegem como deviam do contágio, como se imortais fossem. Sim, basta comparar o número de pessoas com menos idade contaminadas, com o número de mais velhos: 133x39. A proporção de mais jovens é cerca de quatro vezes maior. Podem argumentar que isso se dá, porque existem mais jovens do que velhos na população. Em parte, sim, mas não nas mesmas proporções, o que mantém as suspeitas de que os mais jovens estão agindo de forma a que o vírus chegue até eles. E, assim, “fazendo o vírus circular” como afirmam os especialistas.

Na dúvida, lembrem que todo filho tem um pai, uma mãe, um avô, um tio, alguém de quem gostamos muito e que está em situação de maior risco de morte, por causa da idade e muitas vezes, aumentado devido às enfermidades que com ela chegam. Antes de sair às ruas, sem máscara, de não se importar com a aglomeração, com a necessidade de higienizar as mãos com água e sabão, com o uso do álcool em gel 70%, de evitar o contato físico, lembre-se de que algum idoso querido pode ser contaminado por este ato – até porque mesmo sem portar o vírus no organismo, o transportamos nas roupas, nos calçados, nos objetos. Pense nisto, veja os números, analise-os e lembre-se de que eles podem não ser apenas números, mas histórias de vidas interrompidas. 

#Com Reportagem de Sérgio Cunha.

#Tribuna de Cláudio

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