quinta-feira, 20 de agosto de 2020

75% dos contaminados em Carmo da Mata têm menos de 60 anos e 31.25% menos de 30. Apenas 25% têm idade acima de 60 anos


75% dos contaminados em Carmo da Mata têm menos de 60 anos e 31.25% menos de 30. Apenas 25% têm idade acima de 60 anos

Uma pergunta que merece ser feita, a cada um, mesmo que seja em termos de autoquestionamento: eu não gosto dos mais velhos? Por que a saúde deles não me interessa? Pode parecer drama, mas a questão é que, no início da Pandemia, muitas pessoas, e até mesmo o Presidente da República,  falaram que “o vírus vai contaminar os mais velhos e aquelas pessoas que têm problemas de saúde”. E esse foi e tem sido argumento para que “os mais novos” se achem imunes ao vírus, verdadeiros “imortais”. E, com isso, temos uma realidade em que a maioria das pessoas contaminadas tem idade menor que 60 anos. Em todas as cidades.

Em Carmo da Mata já são registrados 16 casos de testagem positiva do Novo Coronavírus. Destas 16 pessoas, somente 4 têm idade acima de 60 anos. São pessoas com idades de 85, 77, 68 e 66 anos. Isso dá um percentual de 25% do total. Os outros 75% têm menos do que 60 anos de idade, ou melhor, menos de 50 anos. São pessoas nas seguintes idades: 47, 44, 40, 36, 35, 33, 32, 29, 28, 18, 6 e menos de um ano. As pessoas com menos de 30 anos fazem um percentual de 31.25% do total. E se temos 4 idosos, temos duas crianças, uma delas com menos de um ano de idade. Portanto, aquela informação de que “os idosos serão maioria” é uma falácia e os dados mostram isso.

E por que os mais novos são os mais contaminados? Porque se cuidam menos e essa falta de cuidados deve muito às informações distorcidas, divulgadas no início da Pandemia, principalmente por parte do presidente da República que seria a pessoa indicada a conduzir o País na crise e não o fez, até agora e nem parece animado a fazê-lo. Mas se a questão política caminha a passos que não temos retorno, ao que parece, já que os políticos do alto escalão parece estar focados na questão político-eleitoreira e não no bem estar da população – e muita gente aqui nas cidades, seguem esse comportamento – o que fazer?

Primeiro, que cada um se faça esse questionamento: eu não gosto dos mais velhos? E, em seguida, parar de agir como se fôssemos – os mais jovens – imortais. É preciso cuidar sempre, evitar o contágio sempre, tomar as medidas de prevenção, sempre. Isso porque, ao sairmos às ruas sem o menor cuidado para evitar o contágio, estamos “chamando” o vírus até nós e, em seguida, levando-o para dentro de nossas casas. E aí acontece o pior, que é transmitir o vírus aos mais velhos, aos doentes, àqueles que ficam em casa, para evitar o contágio, e têm o vírus trazido até eles.

Outra informação que não pode e não deve constar dos boletins oficiais é o termo “curados”, como inclusive aparece nos boletins de Carmo da Mata. A Covid ainda não tem cura. O termo correto é “RECUPERADOS” e não “curados”.

Aqui mesmo, na Região Centro-Oeste tem o caso de um enfermeiro, em Itaúna, de 22 anos que testou positivo, tratou, se recuperou e 70 dias depois pode ter se contaminado novamente e não resistiu, morrendo. Ele trabalhava em Itaúna e residia em Itatiaiuçu e seu caso está em estudo por especialistas. Outros casos no Brasil também apontam a possibilidade de reinfecção, portanto, ao afirmar que a pessoa foi “curada”, cria uma possibilidade de a mesma deixar de se preocupar com o vírus. E sempre é bom lembrar também que, mesmo recuperada de um contágio de Covid, a pessoa pode transportar o vírus e contaminar as demais pessoas com quem elas convivem. Não existe, ainda, cura para a Covid, assim, não existem, ainda, pessoas curadas. 

#Com reportagem de Sérgio Cunha
Tribuna do Carmo

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