Escola Silviano Brandão completou 95 anos
Comunidade
escolar participa de missa em ação de graças celebrada na matriz
Hérica Viotti
Mais antiga unidade de ensino de Carmo
da Mata, a Escola Municipal Silviano Brandão completou 95 anos de existência no
dia 17 de maio. Uma série de atividades comemorativas foram realizadas pelos
alunos, entre elas, apresentações de peças teatrais, mostras de trabalhos, e
também uma missa em ação de graças celebrada pelo Padre Vanir José de Oliveira,
na quarta-feira, 16/05, às 13 horas na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo.
A escola tem, hoje, 378 alunos, distribuídos
nos turnos da manhã e da tarde. O quadro funcional conta, além da diretora e
vice, com 17 professoras e 13 agentes de serviço.
A Escola Municipal Silviano Brandão,
que tantos serviços já prestou à sociedade, aproxima-se dos 100 anos de
existência numa situação admirável: consegue aliar uma longa tradição
educacional com a capacidade de se abrir ao novo. Por suas salas de aula
passaram profissionais do ensino que merecem ser lembrados e valorizados em
virtude do que fizeram e fazem pelo município. Mais do que uma instituição, o
grupo escolar Silviano Brandão é patrimônio do povo carmense
História
A história do grupo escolar Silviano
Brandão teve início com a Lei Estadual n.º 4.780, de 17 de maio de 1917. A
instalação efetiva da escola, que ocupa uma construção histórica na Avenida Dom
Alexandre Gonçalves Amaral, ocorreu em 28 de janeiro de 1922, numa solenidade
que reuniu dezenas de autoridades.
Segundo o historiador Honório Silveira
Neto, a criação da escola está ligada a Lafayette Brandão, que atuou como
oficial de gabinete do governador de Minas, Delfim Moreira. Lafayette e a
família passaram uma temporada em Carmo da Mata, onde residia seu cunhado Jayme
Gomes de Carvalho. O oficial de gabinete ficou hospedado numa casa pertencente
a Alexandre Afonso Rodrigues, que não quis receber aluguel do visitante.
Agradecido, Lafayette empenhou-se junto ao Governo Delfim Moreira para que
fosse construída na cidade uma escola pública, que veio a receber o nome de seu
pai, Silviano Brandão.
Ao ser inaugurada, a escola contava com
apenas quatro professoras (Maria das Dores Carneiro de Andrade, Maria Assunção,
Julieta Flor e Marieta Diniz). O primeiro diretor, Nephtaly Gonzaga de Melo,
atuou entre 1921 e 1933. Desde então, passaram pela direção Ademar de Lima,
Catarina Silveira, Rosa Amélia Gontijo, Isabel Ribeiro Assunção, Maria de
Lourdes Lins de Barros, Mercedes Valle Ferreira, Maria Viriato Lopes, Amine
Mattar Sartori, Maria Cristina Machado Lobato Cândido, Maria da Conceição de
Andrade, Miramar M. dos Santos Lobato, Vânia das Graças Corrêa, Rosimeire
Thomaz Silveira, Zenilda Rodrigues e, atualmente, à frente da escola está Maria
de Fátima Andrade.
Curiosidades
Em pesquisa realizada no mês de maio de 2010, o
jornalista Ricardo Câmara e o historiador Lineu de Carvalho, ao fazerem os
trabalhos de busca fotográfica, encontraram uma controvérsia em uma fotografia
do arquivo pessoal do historiador. O nome que está gravado no alto do prédio,
visto pela fotografia de inauguração do grupo escolar, de autoria de Raphael
Sába, registrada em 28 de janeiro de 1922, não é o atual. A fotografia revela
que a escola recebeu o nome de Lafayette Brandão, filho de Silviano Brandão. Lafayette,
na época, era oficial de gabinete do presidente do Estado de Minas Gerais, como
já foi descrito, anteriormente, no texto. Segundo o historiador, Lineu de Carvalho,
existiu a hipótese de uma homenagem a Lafayette ser feita, porém, por estar
vivo, ele não havia aceitado, o que levou as autoridades do distrito de Carmo
da Mata a escolherem o nome de seu pai, Silviano Brandão. Depois de sua morte,
a rua que passa entre o Hotel Boa Vista e o grupo escolar, que na época chamava-se
Rua Nova, recebeu o nome de Lafayette Brandão, concretizando, assim, a
homenagem ao benfeitor.
Lineu também revela uma das histórias curiosas
sobre o educandário. Ele conta que, supostamente, os porões do grupo escolar
serviram de abrigo para depositar armamentos da Revolução de 30, a pedido de Djalma
Pinheiro Chagas, oliveirense e um dos chefes da Revolução, feito ao líder
político da época, em Carmo da Mata, Coronel Joaquim Afonso Rodrigues (Quinca
Afonso). A Revolução de 30 culminou com ascensão de Getúlio Vargas ao poder.
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