quinta-feira, 24 de maio de 2012

EDUCAÇÃO



Escola Silviano Brandão completou 95 anos

Comunidade escolar participa de missa em ação de graças celebrada na matriz

Hérica Viotti




Mais antiga unidade de ensino de Carmo da Mata, a Escola Municipal Silviano Brandão completou 95 anos de existência no dia 17 de maio. Uma série de atividades comemorativas foram realizadas pelos alunos, entre elas, apresentações de peças teatrais, mostras de trabalhos, e também uma missa em ação de graças celebrada pelo Padre Vanir José de Oliveira, na quarta-feira, 16/05, às 13 horas na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo.
A escola tem, hoje, 378 alunos, distribuídos nos turnos da manhã e da tarde. O quadro funcional conta, além da diretora e vice, com 17 professoras e 13 agentes de serviço.
A Escola Municipal Silviano Brandão, que tantos serviços já prestou à sociedade, aproxima-se dos 100 anos de existência numa situação admirável: consegue aliar uma longa tradição educacional com a capacidade de se abrir ao novo. Por suas salas de aula passaram profissionais do ensino que merecem ser lembrados e valorizados em virtude do que fizeram e fazem pelo município. Mais do que uma instituição, o grupo escolar Silviano Brandão é patrimônio do povo carmense
História
A história do grupo escolar Silviano Brandão teve início com a Lei Estadual n.º 4.780, de 17 de maio de 1917. A instalação efetiva da escola, que ocupa uma construção histórica na Avenida Dom Alexandre Gonçalves Amaral, ocorreu em 28 de janeiro de 1922, numa solenidade que reuniu dezenas de autoridades.
Segundo o historiador Honório Silveira Neto, a criação da escola está ligada a Lafayette Brandão, que atuou como oficial de gabinete do governador de Minas, Delfim Moreira. Lafayette e a família passaram uma temporada em Carmo da Mata, onde residia seu cunhado Jayme Gomes de Carvalho. O oficial de gabinete ficou hospedado numa casa pertencente a Alexandre Afonso Rodrigues, que não quis receber aluguel do visitante. Agradecido, Lafayette empenhou-se junto ao Governo Delfim Moreira para que fosse construída na cidade uma escola pública, que veio a receber o nome de seu pai, Silviano Brandão.
Ao ser inaugurada, a escola contava com apenas quatro professoras (Maria das Dores Carneiro de Andrade, Maria Assunção, Julieta Flor e Marieta Diniz). O primeiro diretor, Nephtaly Gonzaga de Melo, atuou entre 1921 e 1933. Desde então, passaram pela direção Ademar de Lima, Catarina Silveira, Rosa Amélia Gontijo, Isabel Ribeiro Assunção, Maria de Lourdes Lins de Barros, Mercedes Valle Ferreira, Maria Viriato Lopes, Amine Mattar Sartori, Maria Cristina Machado Lobato Cândido, Maria da Conceição de Andrade, Miramar M. dos Santos Lobato, Vânia das Graças Corrêa, Rosimeire Thomaz Silveira, Zenilda Rodrigues e, atualmente, à frente da escola está Maria de Fátima Andrade.
Curiosidades
Em pesquisa realizada no mês de maio de 2010, o jornalista Ricardo Câmara e o historiador Lineu de Carvalho, ao fazerem os trabalhos de busca fotográfica, encontraram uma controvérsia em uma fotografia do arquivo pessoal do historiador. O nome que está gravado no alto do prédio, visto pela fotografia de inauguração do grupo escolar, de autoria de Raphael Sába, registrada em 28 de janeiro de 1922, não é o atual. A fotografia revela que a escola recebeu o nome de Lafayette Brandão, filho de Silviano Brandão. Lafayette, na época, era oficial de gabinete do presidente do Estado de Minas Gerais, como já foi descrito, anteriormente, no texto. Segundo o historiador, Lineu de Carvalho, existiu a hipótese de uma homenagem a Lafayette ser feita, porém, por estar vivo, ele não havia aceitado, o que levou as autoridades do distrito de Carmo da Mata a escolherem o nome de seu pai, Silviano Brandão. Depois de sua morte, a rua que passa entre o Hotel Boa Vista e o grupo escolar, que na época chamava-se Rua Nova, recebeu o nome de Lafayette Brandão, concretizando, assim, a homenagem ao benfeitor.
Lineu também revela uma das histórias curiosas sobre o educandário. Ele conta que, supostamente, os porões do grupo escolar serviram de abrigo para depositar armamentos da Revolução de 30, a pedido de Djalma Pinheiro Chagas, oliveirense e um dos chefes da Revolução, feito ao líder político da época, em Carmo da Mata, Coronel Joaquim Afonso Rodrigues (Quinca Afonso). A Revolução de 30 culminou com ascensão de Getúlio Vargas ao poder.


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