quinta-feira, 30 de julho de 2020

Enquanto isso, na "Terra Mater"....

#Enquanto isso, na ‘Terra Mater’...

“CALADO É UM POETA!”

—►Vice-presidente da Câmara de Oliveira manda prefeita “parar de rebolar e ir trabalhar”

Em sua defesa, o vereador fez várias alegações mas não pediu desculpas pela fala preconceituosa, apenas tentou justificá-la.

O vice-presidente da Câmara de Oliveira, Francisco Naves (PSD), na Seção do Legislativo de segunda-feira, 27/07, ao tentar fazer críticas à prefeita da cidade, Cristine Lasmar (MDB), extrapolou e fez a seguinte observação, considerada machista pela maioria das pessoas ouvidas sobre o tema: “prefeita, pára de rebolar e vai trabalhar!” 

Na tentativa de se defender, após a sua fala causar grande repercussão negativa, o edil repetiu a fala e tentou se justificar, afirmando que fez uma crítica ao trabalho e não à mulher. Disse achar normal a sua fala e a repetiu para seus interlocutores. Em momento algum, até então, assumiu ter errado e esboçou qualquer pedido de desculpas.

Ao Jornal “O Tempo”, da Capital ‘BH’, Francisco Naves disse que “não vejo nada ofensivo. Mas, logicamente, na cabeça poluída de alguns, provavelmente, eles viram algo que pode ser pornográfico, mas eu não levo para esse lado. 

A prefeita é uma senhora divorciada, tem sua família, como eu também tenho e sou casado. Então, não vejo nada demais”. E insistiu o vereador dizendo que “não tenho nenhum preconceito contra negro, contra gay, de mulher, de ninguém, pelo contrário, eu respeito todo mundo e sempre respeitei. Nunca tive atitude nenhuma de agressão à mulher ou de subestimá-las”. 

A prefeitura rechaçou a crítica e disse ao mesmo Jornal que “não foi uma crítica só a mim, mas todas as mulheres se sentiram ofendidas. A gente recebe isso com repúdio porque, nos tempos de hoje, não se fala mais nisso. Hoje somos todos iguais e somos capazes, sim, de administrar uma cidade ou uma casa ou (realizar) qualquer tipo de serviço”. 

►OPINIÃO: 

Antes da questão pornográfica, da qual o vereador se defendeu, existe a questão arraigada no pensamento machista e até mesmo misógino, de alguns, de que a mulher não pode, não deve, ou não teria competência para exercer algumas funções e que seu lugar é na cozinha, no tanque, ou como objeto sexual. 

Quando afirma não ter preconceitos, o edil cita “negro, gay, mulher...”. Por que não cita homens, brancos, héteros, também? Será que é porque para ele, esses são os “normais”?

Triste, deprimente, que ocupem lugar de destaque na sociedade, pessoas que entendem que mulher não pode estar em certas posições, como a de administradora de um município. 

Felizmente a população das nossas cidades tem compreendido que nós precisamos de homens e mulheres, de todas as raças, credos e cor da pele, em todos os postos, inclusive no Legislativo. 

Felizmente em Carmo da Mata e Cláudio – municípios em que a TRIBUNA circula – é cada vez maior a presença das mulheres, também, nestes postos. Que nos digam as quatro vereadoras (duas em cada Câmara) destas cidades.

►Com reportagem de Sérgio Cunha

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