►No início do século passado o Largo era apenas uma grande área, repleta de dezenas de árvores de Pindaíba (planta da família das Anonáceas), com frutos de sabor e odor inigualáveis, as quais emprestavam ao local bonita paisagem. O Largo era circundado de casas residenciais, e uma de suas primeiras edificações foi uma caixa d’água, construída por Juca Ferreira, então Presidente do Conselho Distrital, “uma instituição da velha República, em Minas, que teve uma existência efêmera, pois durou de 1892 a 1903” (Silveira Neto, em Instituições Republicanas Mineiras). Essa caixa d’água estava localizada onde hoje estão um conjunto de lojas, antigamente um ‘Casarão’, edificado pelo Sr. Ulisses José Ferreira.
Era o lugar mais alto do arraial. Da caixa d’água, o líquido era distribuído aos moradores por encanamentos que terminavam em chafarizes, construções de alvenaria que apresentavam várias bicas. Essas fontes públicas, que facilitavam o recolhimento do precioso líquido, situavam-se em vários pontos: na própria Praça do Cruzeiro, no Largo da Matriz, no Largo do Rosário, na Rua da Cadeia, na Rua da Tenda, na fábrica de ferraduras. Desses pontos a água era conduzida às casas por mulheres com a “lata d’água na cabeça”. Outro costume era a lavagem de roupa nos Córregos Bom Jesus, do Açude, do Rio Boa Vista e nas fontes existentes nas terras de Pedro Notini e à beira da linha férrea, chamada “Rua da Fonte”, final da Rua Maria Assunção.
O Largo ganhou o nome de Cruzeiro em razão da cruz que ali foi erguida por Padres Missionários que sempre visitavam Carmo da Mata. A cruz logo foi ladeada por dois elegantes coqueiros e sustentada por um patamar de cimento, onde muita gente se assentava, deleitando-se em prosas agradáveis, embaladas pela brisa de tardes amenas e tépidas.
►Foto do Arquivo do Jornal Tribuna do Carmo / Memória Carmense.
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