“Um Papo”surge com a intenção de debater alguns temas atuais ou não, controversos ou não mas sempre debater, mesmo que de uma forma indireta, escondida, quase um trombadinha das letras. Se preciso for, colocará o dedo na fratura (na ferida dói pouco), mas sempre mantendo a proposta central que é o papo.
Mesmo ainda hoje não acreditando que Sócrates não foi um jogador do Corinthians, que Aristóteles não é mesmo um remédio e que Platão não é nome de cachorro, “Um Papo” convida-os a viajar (a pé, que gasolina brasileira é inflacionada) à Grécia Antiga e verificarmos que conhecimento pode vir muitas das vezes do diálogo; do ouvir, do ver, do dizer e do ler. Mesmo que discordemos em absoluto de um relato que ouvimos do vizinho, aprendemos, certificando que aquilo não nos agrada, ou que não partilha de nossa aprovação.
Melhor que aprender é reaprender, mudar de opinião por ter visualizado algo de uma outra maneira. Quão frutuoso é o indivíduo que assume ter modificado seu pensamento, ter se persuadido do contrário que imaginava outrora; graças a um texto, a uma opinião de um amigo, do filho de sete anos, de um antigo inimigo.
“Um Papo” é a coluna que não quer ter razão por não acreditar que o certo seja algo imóvel, único, imutável, por ter a consciência de que as pessoas mais interessantes são aquelas dotadas de menos certezas absolutas. Chato que se acha dono da verdade dá em cacho. “A dúvida é o preço da pureza/ E é inútil ter certeza”.
Em um mundo onde raciocínio é coisa pra coroa, quem consegue arrancar uma gota de questionamento vira Faraó, poderoso. Sendo no Brasil, vai pro Big Brother todo malhadinho pra depois aparecer no Faustão e dar lição de vida. “Um Papo” não quer (nem consegue) ser atração porque é o atraído da história; atraído por você, leitor. É você quem faz com que um jornal e uma coluna tenham sentido e é de você que “Um Papo” se despede deste primeiro de muitos textos.
Giuliano Santos
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