quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Crack, um novo desafio à sociedade


Crack

José Marco Rezende Andrade

O ser humano sempre esteve envolvido com o uso de substâncias que alterassem sua percepção da realidade, seja por motivos de cultos místicos, diversão ou por curiosidade. Ao utilizar esse recurso, o homem se afasta da realidade e pretende alcançar sensações diferentes, inclusive buscando inspirações artísticas, filosóficas e, até, divinas.
Dentre essas substâncias temos o tabaco, o álcool, o cânhamo, a maconha, o LSD, a cocaína e o crack. O álcool e o tabaco são denominados drogas lícitas porque a sua utilização não é considerada um crime, embora existam restrições em sua comercialização e fornecimento para crianças e adolescentes. Muitas outras são classificadas como ilícitas por serem consideradas perigosas para as pessoas que as usam, seja por provocar o vício, seja por alterar tanto o comportamento da pessoa que pode levá-la a cometer atos prejudiciais às demais pessoas. Todos sabem das relações entre o uso dessas drogas e o aumento da incidência de roubos e homicídios, pois muitos criminosos só conseguem executar esses tipos de ação se usarem a droga antes, caso contrário não teriam coragem para fazê-lo.
Neste cenário sombrio, temos o crescimento do uso do crack, substância derivada da cocaína com uma ação devastadora sobre os seus usuários. O seu poder de gerar o vício é superior à maioria das outras drogas, além disso, pelo fato do seu preço ser mais baixo, fica mais fácil o acesso à sua compra.
Todos puderam assistir nos noticiários da televisão o estado deprimente dos frequentadores da “crackolândia” em São Paulo, verdadeiros zumbis transformados pelo uso da droga. Pessoas que perderam o senso de dignidade e cidadania, e que pagam caro por isso. Afastados de suas famílias, sem trabalho e sem assistência do Estado, esses pobres coitados estão condenados a morrer por causa da violência ou de alguma doença causada por seu estado de saúde precário.
O problema deve ser enfrentado sem demora. Não se pode esperar que o governo se organize e providencie os cuidados necessários para alterar essa realidade. Todos têm o dever de se mobilizar contra essa situação buscando interromper o ciclo vicioso da droga que só conduz ao desespero e à miséria dos seus usuários.


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