Molas, pêndulos, ponteiros, cordas, sinos esta é a engrenagem que movimenta o Relógio da Igreja Matriz
A engenhoca faz parte do cotidiano dos carmenses que são sempre informados com o badalar das horas
Entre molas, pêndulos, ponteiros, sino, cordas, engrenagens e badalos encontra-se o relógio do Santuário de Nossa Senhora do Carmo. Esta será uma breve história do relógio mecânico de torre.
Não há conhecimentos precisos de quando e como é que surgiu o primeiro. A informação é muito pouca, perdendo-se no tempo e não definindo com alguma precisão a fronteira entre o relógio mecânico de torre e todos os restantes. De qualquer forma, a presente matéria já é uma preciosa fonte de informação para os interessados.
Separado a sessenta degraus do chão de paralelepípedos, o relógio está situado na torre do nosso Santuário, logo atrás dos ponteiros vistos pelo lado de fora da igreja. Esse relógio foi fabricado em Paris, na França, e veio para Carmo da Mata em meados de 1940, sendo adquirido de segunda mão e doado à Paróquia de Carmo da Mata. Suas engrenagens são de bronze, a corda é sustentada por pesos e cabos de aço, sendo de extrema importância na marcação das horas. A cada meia hora podem-se ouvir repiques ao som do sino.
O relógio trabalha sob o impulso de um pêndulo que necessita ser precisamente alinhado para conseguir mover com exatidão uma âncora que contém sessenta pinos, sendo que cada giro dessa âncora corresponde a um minuto. Devido ao trabalho ao longo desses anos, os pinos de bronze desgastaram-se, vindo frequentemente a quebrar-se. O descontrole da atual temperatura e as mudanças bruscas no clima também são fortes fatores que influenciaram nessa quebra.
Muitas cidades ainda continuam preservando seus relógios mecânicos como Oliveira, Itapecerica, Ouro Preto, Diamantina e outras cidades históricas. “Muitas pessoas me ligam para informarem que o relógio está atrasado tantos minutos, ou adiantado, ou ainda parado, sempre comparando esse relógio mecânico que trabalha há tantos anos, com a precisão de um relógio digital ou até mesmo com o relógio de um celular”, relatou Sr. Jésus. Desde 1974, Jésus Cândido do Nascimento é o responsável e o cuidador do tão melindroso relógio, pois utiliza de sua inteligência e boa vontade para “fabricar” novas peças para substituir as que se quebram. Por ser uma máquina antiga, não há peças no mercado e existem poucos profissionais da área, tornando assim impossível chamá-los para os devidos reparos. O relógio também requer um cuidado diário, seja para dar corda ou regulando o mesmo para o acerto das horas e minutos. “Mesmo sendo trabalhoso em conservar a precisão de cada peça para o perfeito funcionamento do relógio, ainda assim se torna muito gratificante, pois relembro o passado e por isso sempre agradeço a todos que cuidaram dele antes de mim”, disse o cuidador do relógio. E por fim, muitas pessoas ainda utilizam do repique do sino marcando as horas como despertador e até mesmo para relembrar o passado.
Com reportagem de Juliana Nascimento
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