Sexto
encontro incentiva tradição musical
Corporações são parte da tradição
brasileira
As corporações são uma das
mais importantes e antigas tradições musicais brasileiras. Segundo estudiosos,
as primeiras bandas têm sua origem no século XVIII, quando se multiplicaram no
país as irmandades cecilianas (numa referência à Santa Cecília, padroeira dos
músicos), que tinham caráter civil e religioso. Admite-se, porém, que a maior
influência para a evolução das bandas está na tradição militar. Portugal trouxe
ao Brasil o costume de dotar as unidades militares de corporações musicais,
incumbidas de manter o ânimo das tropas elevado, funcionando, ao mesmo tempo,
como um símbolo das mesmas.
As corporações militares
contribuíram para a formação não apenas das bandas, mas também das fanfarras,
que são conjuntos musicais mais simples, do ponto de vista da instrumentação empregada.
A influência militar mostra-se tanto no repertório das bandas, incluindo,
geralmente, marchas e dobrados bastante populares nos quartéis, quanto no
hábito de os músicos se apresentarem uniformizados, a exemplo das bandas
marciais. As influências religiosas e militares podem ser vistas na escolha da
instrumentação, que inclui instrumentos de percussão e de sopro de metal,
característicos das fanfarras, além de instrumentos de sopro de madeira.
No que diz respeito à
instrumentação, as bandas se diferenciam das orquestras pela ausência de
instrumentos de cordas e pela inclusão de outros instrumentos, que as formações
orquestrais geralmente não apresentam, como os bombos e bombardinos, que
integram a seção de percussão. O caráter versátil das modernas bandas
brasileiras, aliado à sua extraordinária aceitação popular, fez com que elas
passassem a integrar desfiles cívicos, cerimônias religiosas e solenidades
governamentais, além de se mostrarem presentes nos principais eventos de
caráter cultural ou de entretenimento. Em várias cidades, as bandas e liras
participam até mesmo de festejos carnavalescos.
Atualmente, as bandas
estão presentes em todas as regiões brasileiras. Minas Gerais é considerado o
Estado com o maior número delas. Segundo dados da Secretaria de Estado da
Cultura, existem hoje mais de 600 bandas ativas, que congregam cerca de 20 mil
músicos de todas as idades. A grande maioria deles atua por amor à arte, sem
qualquer remuneração. Para manter a tradição e renovar seus quadros, as bandas
costumam manter escolas de formação abertas aos interessados. Em vários
municípios, as atividades musicais recebem o apoio do poder público municipal,
podendo receber, eventualmente, recursos de outras esferas de governo e da
sociedade.
Com reportagem de Hérica Viotti
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