Há quase um ano da morte do travesti Fogão surgem mais dois suspeitos de participarem do violento homicídio
Na manhã desta última
sexta-feira, 31/08, a delegada Dra. Adriene Lopes, que está investigando o
caso, concedeu entrevista à Tribuna do Carmo para falar sobre alguns fatos
novos que surgiram durante as investigações.
Segundo ela, Tiago Pinto, em
um novo depoimento na delegacia, assumiu que as duas facas encontradas na cena
do crime são de sua casa, mas que ambas foram emprestadas para outras duas
pessoas, cujos nomes seguem em segredo de justiça para não atrapalhar as
investigações. Estas facas seriam usadas para cortar um tablete de maconha que
estava enterrado no local.
Ainda segundo Dra. Adriene, Tiago Reis também prestou um novo depoimento
na delegacia de Carmo da Mata. E, neste outro depoimento, ele apresentou uma
nova versão do crime, divergindo com a primeira apresentada. “O caso está sendo
investigado com muito critério e empenho. Pude apurar que estamos com mais dois
suspeitos que foram apontados por Tiago Pinto. Estamos com novas provas
anexadas ao inquérito, no qual temos, também, os depoimentos contraditórios
concedidos pelos suspeitos”, disse a delegada.
Finalizando, Dra. Adriene disse
que espera concluir o inquérito até o final deste ano.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia
24/10/2011, data em que o travesti Adilson Ferreira Rodrigues, de 41 anos, o
conhecido “Fogão”, foi encontrado morto, por volta das 07 horas da manhã, no
poliesportivo em construção, localizado na Rua Antônio Corrêa Vaz.
O corpo de Fogão estava com a
cabeça fraturada, todo ensanguentado, com o rosto desfigurado, perfurações no pescoço, nas costas e no lado
esquerdo do rosto; no ombro e no braço havia um corte profundo. Quando
encontrada, a vítima já se encontrava sem vida.
Ao lado do corpo, a Polícia
Militar encontrou duas facas tipo serrinha de mesa, um preservativo usado e um
aparelho da marca Nokia, com as últimas ligações recebidas de diversos números,
além de uma mensagem de texto.
No mesmo dia do crime, a PM
recebeu diversos telefonemas informando que Tiago Augusto de Oliveira Reis e
Tiago Augusto Rodrigues Pinto ficaram com a vítima até a madrugada, próximos ao
Quiosque da Jane. Ambos foram levados até a delegacia de polícia para prestarem
esclarecimentos. Tiago Reis falou ao delegado Hamilton da Silva Ferreira, que
estava respondendo pela delegacia à época, que Fogão o chamara para fazer um
programa, mas não o fez por não ter preservativo, praticando com ele apenas
“sexo oral”, ali na Praça Presidente Vargas, próximo à Prefeitura Municipal e,
em seguida, foi para casa dormir. Ele relatou que seu contato com a vítima foi
de aproximadamente 20 minutos. Tiago Reis disse ainda que nunca teve outro
contato com Fogão, que o conhecia só de vista e que está disposto a contribuir
com as investigações.
Já Tiago Pinto disse, em seu
depoimento, que só tomou conhecimento da perda de seu aparelho celular quando a
polícia chegou em sua casa, que estava dormindo até aquela hora e que jamais
teve algum contato com Fogão. Tiago também alegou que esteve no Quiosque da
Jane com uma turma de amigos, mas que a vítima não estava com os mesmos e nem
chegou perto deles.
Na época do crime, o delegado
pediu a prisão temporária dos suspeitos, e, hoje, Tiago Reis encontra-se em
liberdade e Tiago Pinto encontra-se, ainda, no Centro de Reintegração
Beija-Flor em Oliveira.
Com reportagem de Hérica
Viotti
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