quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Feliz Ano Velho!


Esse período é realmente bem interessante, as pessoas pensam não só em si, mas na família, nos amigos, nos problemas do país, nas mazelas do mundo e acreditam realmente que algo pode ser diferente. O povo fica mais sorridente, descontraído e os nobres sentimentos invadem os corações sedentos por uma válvula de escape. As vendas aumentam... isso por que a iniciativa de presentear é a principal marca do Natal. Muito se fala em fraternidade, amizade, paz, amor, mas o verdadeiro Espírito do Natal é o Espírito Consumista.
Já imaginou um Natal sem dar ou receber presentes? Será que a alegria seria a mesma? O mercado aguarda ansioso esse momento, pois em seguida à virada, os dias ficam calmos, a não ser pelas trocas de produtos. Promoções e mais promoções são lançadas para “abocanhar” o décimo terceiro e o extra, que é disponibilizado para as compras do final de ano. Para Philip Kotler promoção consiste em “um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, em sua maioria a curto prazo, que visa estimular a compra mais rápida e/ou em maior volume de produtos ou serviços”.
Depois de gastar com as compras, resta a televisão como diversão para a maioria. Vejamos as novidades: Especial do Roberto Carlos, para não ficar repetitivo esse ano a Globo inseriu duas músicas dele na novela das nove, uma preocupação clara da emissora em dar projeção ao cantor que andava meio esquecido. A Globo faz isso para ver se o especial recupera a audiência, que não é mais a mesma. Veja bem, não estou criticando o músico, que é o maior expoente da música brasileira de todos os tempos, mas o tempo passa para todos e o hoje o público clama por coisas novas mesmo que o novo seja pior. A onda agora é o tal sertanejo universitário, funk e algumas outras “maravilhas”.
As principais notícias do ano voltam à tona nas retrospectivas com destaque para aqueles famosos que passaram dessa para “uma melhor”. Alguns ficam até mais famosos depois que morrem. O pior é que agora até os programas de fofocas fazem retrospectivas. E eu que criticava a Hebe. Tem ainda o Especial infantil da Xuxa em horário nobre, continua usufruindo do sucesso do passado para vender produtos infantis, (o que é que a Xuxa tem de infantil hoje em dia?). Para piorar mais um pouquinho ainda tem esse negócio de falar de Coríntians e um bando de baderneiros 24 horas por dia. Depois de tudo isso, na virada tem a queima de fogos: a cada dez minutos de Copacabana tem um minuto para todas as outras capitais. Com o perdão do pensamento inadequado, dá até vontade de ir para o Rio.
Escrevi este artigo há seis anos e mudei pouca coisa para republicá-lo agora. Por aí já dá para se ter uma ideia em relação às novidades nos finais de anos. Somos envolvidos por um consumismo desenfreado e um “entretenimento barato” enquanto a vida passa. Os sentimentos bons e os valores espirituais e fraternais ficam relegados ao segundo plano. Às vezes até aparecem, mas em forma de postagens nas Redes Sociais como Twitter e Facebook. Ir pessoalmente por que? Posso fazer pela internet.
Ano novo, vida nova. É o que mais se ouve. Os desorganizados compram agenda, os gordinhos começam dieta, os desempregados saem procurando emprego, os maus administradores começam o planejamento para melhor gestão da empresa, ou da rotina de vida, os devedores programam os pagamentos com os credores e os ocupados demais programa tempo para a família e os amigos. São inúmeros os projetos que se iniciam após o estouro do Champagne; ou da “Sidra”. A metade desses planos sucumbe em dois meses... e a vida segue. “Tim, tim!”

*Reginaldo Rodrigues
* Consultor e Palestrante
Graduado em Comunicação Social
Pós-Graduado em Gestão Estratégica em Marketing

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