quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Delegada envia inquérito policial à justiça, sobre o assassinato ocorrido nos Campos

Dra. Adriene Lopes indicia o suspeito Eli Vitor, o Jajá, 

que se encontra preso



A delegada de polícia de Carmo da Mata, Dra. Adriene Lopes de Oliveira, enviou para a justiça, no dia 03 de dezembro, o inquérito policial sobre o assassinato de Maria de Lourdes Ferreira Santos, de 57 anos. O crime aconteceu no dia 22/11, no Povoado dos Campos.
Segundo o que consta no relatório policial, a vítima foi encontrada pelo seu irmão, Sebastião Donizete Aparecido, de quem Maria de Lourdes cuidava. Ela já estava morta, caída no chão da cozinha de sua casa, com uma faca cravada no pescoço. Em seu depoimento, Sebastião disse que no dia do crime saiu de casa por volta das 15 horas e só retornou às 20horas e 30minutos, quando encontrou a irmã já caída, sem vida. Ainda segundo ele, a faca utilizada para matar a irmã era a mesma que a vítima utilizava para picar verduras. Ele contou também que Eli entrava em sua casa sempre que o portão estava aberto e que todos os dias ia a sua residência, e que tinha ciúmes de sua irmã.
O outro irmão da vítima, João Paulo Ferreira, também prestou depoimento na delegacia. Ele relatou à delegada que sua irmã não tinha inimigos, apenas um atrito com uma vizinha por causa do mau cheiro que vinha da casa desta, causado pela criação de animais.
A delegada também ouviu Geraldo Pereira Rosa, que era ex-namorado de Maria de Lourdes, o qual disse ter morado com a vítima por sete anos e há dois havia retornado para a casa de sua mãe. Disse ainda que, em outubro deste ano, Maria de Lourdes pediu para ele não ir mais a sua casa, justificando que o relacionamento dos dois não daria mais certo.  Ele acatou a decisão da vítima e não mais a procurou. E, em outra data, passou em frente à casa de Eli e falou com ele para não frequentar a casa de Maria. Nesse dia, Eli chamou a vítima e contou a ela o que Geraldo havia falado. Maria entrou na casa dele e de posse de uma sombrinha o agrediu dizendo: “a casa é minha, cê não tem nada lá”. Após este dia ele não a mais procurou.
Os vizinhos de Maria de Lourdes, inclusive o que ela tinha atrito, também foram ouvidos na delegacia. Jorge dos Reis Filho confirmou a existência de desentendimentos entre sua esposa e a vítima, tudo por causa dos animais. Alegou que a vítima matava suas galinhas quando estas passavam para o quintal dela e ainda chegou a colocar veneno para seu cachorro. Disse que sua esposa até pegou um machado dizendo que iria matar a vítima. Jorge, todavia,  impediu-a  de fazer isso.
Já a esposa de Jorge, Maria Caetana, disse que a vítima era “impossível”, “indecente”, “não dava um pingo de sossego” e não a deixava em paz. Com relação ao suspeito, disse ser seu amigo e conforme expressou “ele tá fazendo falta para mim e não tem um pingo de defeito”.
O suspeito, Eli Vitor de Aguiar, o Jajá, relatou na Depol que residia no povoado há pouco mais de dois anos. E que costumava fazer alguns serviços na residência de Maria tais como podar plantas e consertar algo que estivesse precisando de reparos dentro de casa. Disse que gostava, de vez em quando, de “queimar uma bala” e, na data do fato em apuração, chegou a usar uma de suas armas e deu quatro tiros no barranco, no meio do mato.
Negou ter matado a vítima, também negou existir qualquer envolvimento amoroso entre ele e Maria, mas confirmou que frequentava a sua casa.  Disse ainda que a vítima era “encrenqueira e brigava com as pessoas do povoado”. Com relação a Geraldo, ex-namorado da vítima, disse que esse o ameaçava por motivo de ciúmes, mas nunca registrou ocorrência policial. A respeito do dinheiro encontrado em sua casa, disse que o mesmo é fruto de suas economias.
Eli já foi preso por tráfico de drogas e cumpriu pena em Campo Belo durante dois anos.
Na residência do suspeito, foram apreendidos dois pares de chinelos havaianas, uma vez que  foram encontradas, na cena do crime, marcas de pegadas desse tipo de chinelo. Segundo a delegada, os chinelos foram encaminhados para o Instituto de Criminalística para a realização de perícias de análises a fim de identificar a presença de sangue humano impregnado nos mesmos.
Em entrevista à Tribuna do Carmo, a delegada, Dra. Adriene Lopes, disse que os autos foram encaminhados à justiça, sendo que há indícios suficientes para imputar a autoria do crime ao investigado. “Porém estou aguardando o resultado dos exames de microcomparação balística e também do exame imuno-hematológico que serão peças fundamentais para a conclusão das investigações”, disse a delegada.
No inquérito enviado para a justiça, a Dra. Adriene indicia o suspeito por artigo 121 § 2º do CP, que corresponde ao crime de assassinato, e também pelo artigo 16 da Lei 10.826/03, que é portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo.
Com reportagem de Hérica Viotti

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