terça-feira, 20 de julho de 2021

A tradição e arte de traçar couros em Carmo da Mata.





Cultura da roça passada de geração para geração, sobrevivendo até os dias atuais

Luís Guilhermino da Silva, mais conhecido como Zinho’, é um verdadeiro artesão na arte de traçar e fabricar cabrestos, cabeçalhos, reios (ou relhos), laços e outros artefatos de couro.

Zinho nasceu na Forquilha, em Carmo da Mata. “Fui nascido e criado na roça, com os bois, as criações, a lavoura e tudo que lá havia”, disse Zinho, com nostalgia. 
Já faz mais de 30 anos que Zinho fabrica os apetrechos de couro. “Herdei esse ofício de meu Pai, José Guilhermino, também mais conhecido como Juquinha. Meu pai, fora das lidas da roça, quando tinha tempo, passava a fabricar os laços e os cabeçalhos”, comentou Zinho.

Zinho é aposentado pela Prefeitura Municipal de Carmo da Mata, como vigilante noturno e zelador dos jardins do Centro da Cidade. Após sua aposentadoria, sobra-lhe mais tempo para dedicar-se à arte de traçar o couro. “Assim que a vaca, ou boi, são abatidos, eu pego o couro, trato-o, colocando-o para secar e amaciar; somente depois disso é que faço os cortes e passo a entrelaçá-los”, acrescentou Zinho, com desenvoltura.

O artesão nos disse que leva um dia, após o couro já preparado, para fazer uma peça. “São muitos os meus fregueses. Já ouvi dizer que meus trabalhos se espalham pelo Brasil, como nos Estados de Goiás e Mato Grosso”, contou Zinho, com o orgulho natural de quem elabora uma obra de arte.
“Tudo que faço, faço com alegria, cantando e me divertindo com a vida. Hoje, aposentado, quando não estou trançando couro, estou tocando sanfona. Comigo não tem tristeza não!”, finalizou Zinho.

Alguém disse que a salvação da humanidade está na arte, em todas as suas diversidades de expressão. 

Zinho, com sua simplicidade de artista, referenda e dá vida à expressão artística. 
Com Reportagem e Foto de  Ricardo Câmara.

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