domingo, 10 de julho de 2022

#A Devoção dos Carmenses a Nossa Senhora do Carmo veio com os Primeiros Português, que eram Sepultados Envoltos com o Hábito da Irmandade do Carmo.



► A Primeira Capela de Nossa Senhora do Carmo, Construída Pouco Antes 1800 e Demolida 1906.

—►Em Carmo da Mata não aconteceu de modo diferente dos demais povoamentos com a implantação de sua Igreja. Os primeiros sesmeiros, já citados, é que devem ter tomado estas providências, especialmente Antônio Ribeiro de Morais, cujas terras se localizavam, conforme o registro de sua sesmaria, à margem esquerda do Rio Boa Vista, vertentes do Ribeirão Bom Jesus acima, justamente onde está localizada a parte urbana da cidade.

Não se sabe de documento de doação para a Capela, necessário à sua edificação. Ficava no meio do largo do arraial, mais ou menos em frente à Casa Velha dos Notini, onde está hoje o Diamante Clube. Como se vê na fotografia dela tirada no fim do século, era simples, não muito alta, com a torre separada de seu corpo, colocada do lado esquerdo de quem olhava a igreja de frente, sustentando o modesto sino.

Muito pequena a princípio, a primitiva Capela foi sendo aumentada conforme ia crescendo a população. Demolida em 1906, a partir daquele ano começou a construção da atual Matriz, hoje Santuário de Nossa Senhora do Carmo, inaugurada a 19 de outubro de 1910.

Quanto à invocação do nome de Nossa Senhora do Carmo, a hipótese mais viável está no fato de que a sesmaria concedida a Inácio Afonso de Bragança tenha sido demarcada no dia 16 de julho de 1754, data consagrada à Virgem do Carmelo. Existia também o costume dos primeiros português que vieram para está região, de manter a devoção a Nossa Senhora do Carmo; em seus testamentos recomendavam que deveriam, por ocasião de sua morte, serem sepultados envoltos com hábitos da Irmandade do Carmo. Os livros antigos da Paróquia desapareceram. Examinando o Livro 1-A, de Casamentos, da Capela de Nossa Senhora do Desterro, filial da Matriz de São Bento do Tamanduá, encontramos o seguinte registro, incompleto devido ao mau estado de conservação da página 40v: “Ermida da Mata – Aos dez dias do mês de novembro de mil oitocentos anos na Capela de Nossa Senhora do Carmo da Mata, o Rvdo. Francisco de Paula Barreto com a Comissão do Rvdo. Vigário desta Matriz de São Bento do Tamanduá, João Pimenta da Costa e em virtude” (aí falta um pedaço da página, mas, ao fim dela entende-se que o casamento foi de uns certos José e Ana).

Com o correr dos anos a população vai crescendo e o historiador Gonzaga da Fonseca ainda nos conta, falando do progresso de Oliveira que, “em 1832, em Carmo da Mata, nas listas dos primeiros matriculados nas Guardas Nacionais, entre 50 alistados, havia 34 agricultores e criadores, 6 negociantes, 3 ferreiros, 2 ourives, 1 carpinteiro, 1 alfaiate, 1 mestre-escola e 1 sacerdote – o sexagenário Padre Manoel Fernandes Martins”. À pág. 34 da História de Oliveira, o mesmo historiador transcreve o Decreto da Regência, datado de 14 de julho de 1832, elevando a Paróquia, o Curato de Nossa Senhora de Oliveira, tendo por filiais os Curatos de Nossa Senhora Aparecida de Cláudio e o de Nossa Senhora do Carmo da Mata e que, este Decreto do Governo Civil, só foi aprovado parceladamente pela autoridade eclesiástica, razão talvez, pela qual, o Curato de Carmo da Mata somente foi instalado em 1904. Por Lei Provincial de 23/09/1884, Carmo da Mata foi elevada, de Distrito de Paz à Paróquia Civil (Efemérides Mineiras, de José Pedro Xavier da Veiga, pg. 400) e, mais uma vez, as autoridades eclesiásticas não a reconheceram.

Por muito tempo, Carmo da Mata foi Capela filial da Paróquia de São Francisco de Paula, tendo como Capelão, por 50 anos, Padre Antônio Pereira da Paixão, e, depois de 1904, o Vigário daquela Paróquia continuou com jurisdição cumulativa com o novo Cura de Carmo da Mata, Padre Galdino Ferreira Diniz, que já vinha exercendo o cargo de simples Capelão da Ermida e Nossa Senhora do Carmo da Mata. (Livro do Tombo da Paróquia)

Na condição de Curato, ficou até 1936, quando foi criada e instalada a Paróquia, por Dom Antônio dos Santos Cabral, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, a 1º de janeiro de 1936, sendo sei primeiro Vigário, Padre Galdino Ferreira Diniz, cujo território compreenderia o mesmo do Distrito Civil, pertencente ao município de Oliveira, e criado pela Lei Estadual nº 2, de 14/09/1891.

—►Texto da Revista Memória Carmense – Suplemento nº VI – Jornal Tribuna do Carmo. Fotos Arquivo do Jornal.

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