Sexto
encontro incentiva tradição musical
Timbres, melodias e arranjos variados foram a atração do VI Encontro de
Bandas de Carmo da Mata. Realizado no domingo, 16/09, o evento levou à Praça Presidente
Vargas diversos apreciadores da música. Fez parte da programação a apresentação
das bandas de Cana Verde e Campo Belo, além da Filarmônica Santa Cecília, de Carmo
da Mata. Na primeira parte do encontro, cada banda
apresentou-se
mostrando um pouco de seu repertório. Em seguida, as três bandas deram uma
volta na Praça Presidente Vargas e reuniram-se na porta da prefeitura, no encontro
chamado “bandão”, para tocarem o hino nacional. À tarde, as bandas reuniram-se
novamente, apresentando músicas antigas e atuais.Os músicos que participaram do encontro foram recepcionados com um café
da manhã. Após as apresentações, eles participaram de um almoço. As refeições
foram oferecidas pela Prefeitura Municipal de Carmo da Mata, que também arcou
com as despesas do aluguel da tenda montada na praça.
Corporações são parte da tradição
brasileira
As corporações são uma das
mais importantes e antigas tradições musicais brasileiras. Segundo estudiosos,
as primeiras bandas têm sua origem no século XVIII, quando se multiplicaram no
país as irmandades cecilianas (numa referência à Santa Cecília, padroeira dos
músicos), que tinham caráter civil e religioso. Admite-se, porém, que a maior
influência para a evolução das bandas está na tradição militar. Portugal trouxe
ao Brasil o costume de dotar as unidades militares de corporações musicais,
incumbidas de manter o ânimo das tropas elevado, funcionando, ao mesmo tempo,
como um símbolo das mesmas.
As corporações militares
contribuíram para a formação não apenas das bandas, mas também das fanfarras,
que são conjuntos musicais mais simples, do ponto de vista da instrumentação empregada.
A influência militar mostra-se tanto no repertório das bandas, incluindo,
geralmente, marchas e dobrados bastante populares nos quartéis, quanto no
hábito de os músicos se apresentarem uniformizados, a exemplo das bandas
marciais. As influências religiosas e militares podem ser vistas na escolha da
instrumentação, que inclui instrumentos de percussão e de sopro de metal,
característicos das fanfarras, além de instrumentos de sopro de madeira.
No que diz respeito à
instrumentação, as bandas se diferenciam das orquestras pela ausência de
instrumentos de cordas e pela inclusão de outros instrumentos, que as formações
orquestrais geralmente não apresentam, como os bombos e bombardinos, que
integram a seção de percussão. O caráter versátil das modernas bandas
brasileiras, aliado à sua extraordinária aceitação popular, fez com que elas
passassem a integrar desfiles cívicos, cerimônias religiosas e solenidades
governamentais, além de se mostrarem presentes nos principais eventos de
caráter cultural ou de entretenimento. Em várias cidades, as bandas e liras
participam até mesmo de festejos carnavalescos.
Atualmente, as bandas
estão presentes em todas as regiões brasileiras. Minas Gerais é considerado o
Estado com o maior número delas. Segundo dados da Secretaria de Estado da
Cultura, existem hoje mais de 600 bandas ativas, que congregam cerca de 20 mil
músicos de todas as idades. A grande maioria deles atua por amor à arte, sem
qualquer remuneração. Para manter a tradição e renovar seus quadros, as bandas
costumam manter escolas de formação abertas aos interessados. Em vários
municípios, as atividades musicais recebem o apoio do poder público municipal,
podendo receber, eventualmente, recursos de outras esferas de governo e da
sociedade.
Com reportagem de Hérica Viotti
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