quinta-feira, 11 de maio de 2023

Mudança no trânsito de Cláudio é questionada pela população


Vereador fala em “ter humildade” para rever “o que não deu certo”. Assessor tenta transformar engarrafamento em desenvolvimento e melhora nas vendas

As mudanças realizadas no trânsito devem ter o propósito de melhorar a vida de todos, pedestres e motoristas. Porém, em debate entre um cidadão e o assessor de imprensa da Prefeitura, parece que o engarrafamento do trânsito gera benefício ao comércio e é uma demonstração de ‘desenvolvimento’. 

O fato é que a Prefeitura mudou o trânsito na esquina da Avenida Tancredo Neves com a Rua Coronel Joaquim da Silva Guimarães e, onde antes os veículos tinha mão única, subindo, agora também podem descer. O fato gerou muitas reclamações por parte da população nos últimos dias e uma conversa travada entre um comerciante e o assessor de imprensa da Prefeitura deve ser destacada, pois mostra os bastidores da situação e pode ser um indicativo da visão (ou falta dela) dos homens públicos.

Um cidadão abordou o assessor, pelas redes sociais, falando que há “uma semana (venho) postando esse caos que virou a ‘Tancredo Neves’ (Avenida), depois que ‘Cel’ (Coronel José da Silva Guimarães) começou a descer, vc tem alguma solução pra gente meu amigo?”. 

Aí o assessor fez uma abordagem no mínimo curiosa, afirmando que Cláudio não seria mais “uma roça”, e que o desenvolvimento traz esses problemas e que o futuro é visualizar as ruas da cidade como hoje se vê a Rua Goiás, de Divinópolis, com trânsito intenso, uma confusão total. Parece que na visão do assessor o crescimento de uma cidade pode ser medido pelo tamanho do engarrafamento no trânsito e este seria – isso mesmo – um indicativo do desenvolvimento.

Na opinião de muita gente que tem reclamado das mudanças, como o vereador Fernando Tolentino, o problema existe porque não teve planejamento e que o erro pode ser corrigido com humildade da administração, em reconhecer o que fez de errado e corrigir, antes que piore... Visão mais aceitável, mais prática, mais sensata: errou, assume, vai lá e corrige o erro. Isso é o normal, o certo, o correto, diriam os mais experientes. Mas quando não se aceita o erro, é preciso justificar o errado, buscar argumentos para explicar a bobagem perpetrada e, muitas vezes, vai-se mais além do que poderíamos imaginar.

E não é que o assessor apontou uma possível melhora nas vendas do comércio onde ocorre o engarrafamento? Isso mesmo. Ele disse que “quanto mais gente passando na sua porta, suas chances de vendas é (sic) 10% a mais ainda do que o normal”. Além de achar que a pessoa que fica presa no engarrafamento vai se tornar consumir das lojas no entorno, ele ainda define um percentual de aumento nas vendas: 10%! 

Na visão do assessor – parece que é só dele, ou será que a administração toda pensa assim? Será que ele falava com o reclamante na condição de assessor da administração, ou expressou uma visão pessoal? – o problema dos comerciantes pode ser resolvido com um engarrafamento do trânsito. Se fosse assim os comerciantes da Rua Goiás estariam ‘nadando de braçada’ não é? Seria só gerar um engarrafamento do trânsito em determinados pontos que o faturamento do comércio aumentaria em 10%... Genialidade pura! 

O problema é que as vendas dos comerciantes daquelas ruas não aumentaram, o trânsito continua um inferno para quem passa pelo local e a população aguarda, quem sabe, uma medida mais sensata da administração, revendo a medida, com a humildade proposta pelo vereador e retornando a mão única, quem sabe...

Com Reportagem de Sérgio Cunha -Tribuna de Cláudio 📰