terça-feira, 26 de março de 2013

Celebração atravessa os séculos


ORIGEM
Celebração atravessa os séculos


Celebrada em todo o mundo católico, a Semana Santa tem em cada local as suas peculiaridades. Assim, a Semana Santa de Carmo da Mata tem características que a diferenciam das que são realizadas nas demais cidades. Há, entretanto, alguns traços comuns a todas as celebrações, os quais são explicados por sua origem. Segundo os estudiosos do tema, a tradição de celebrar a Semana Santa teve início já no primeiro século da era cristã, quando passaram a ser realizados atos na semana anterior à Festa da Páscoa, que trata da Ressurreição de Cristo após a Crucificação. Para a maioria dos pesquisadores, as celebrações surgiram em Jerusalém, onde transcorreram os últimos dias de Jesus. No início, os cristãos celebravam a Páscoa em apenas um dia, a cada domingo.
A partir do século II, foi escolhido um domingo especial a cada ano. A escolha recaiu sobre o primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera, levando em conta ainda que foi num domingo, segundo os relatos bíblicos, que se deu a Ressurreição de Cristo. A Semana Santa foi se modificando ao longo do tempo. Nos primórdios da Era Cristã, segundo os estudiosos, os atos litúrgicos eram menos elaborados. Ainda nos tempos dos apóstolos, a Semana Santa era celebrada só a partir da sexta-feira. Eram dois dias (sexta-feira e sábado) de jejum rigoroso, em preparação para o domingo, em que se celebrava a Ressurreição de Cristo. Depois, foi incluída também a quarta-feira, para lembrar o dia em que os chefes judeus decidiram prender o Salvador.
Acredita-se que no ano de 247 já havia toda uma Semana Santa. Relatos históricos desse tempo dizem que muitos passavam todos esses dias sem provar nenhuma alimento. Em algumas igrejas, esses dias eram também de descanso para todos os servos e escravos. Algumas Igrejas celebravam todas as noites vigílias solenes de orações e leituras, com a celebração da eucaristia. No século IV, algumas comunidades cristãs passaram a realizar encenações e outros atos que buscavam vivenciar a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o que exigia três dias de celebração, consagrados à lembrança dos últimos dias da vida terrena de Jesus. Ainda no século IV, essa semana especial recebeu o nome de “Hebdomada Paschalis” (Semana Pascal).
No século seguinte, em Roma, ela ganhou o nome de Semana Autêntica, sendo chamada no Oriente de Semana Maior. O nome Semana Santa, que se tornaria o definitivo, veio pouco depois. Ao longo do tempo foram estabelecidos rituais buscando tornar acessível a todos, através de gestos litúrgicos, o sentido daqueles dias, que se tornaram uma das celebrações mais tradicionais do catolicismo. Durante a Idade Média, a Semana Santa foi acrescida de novos rituais, entre eles a cerimônia do Lava Pés e a Bênção dos Óleos, que ocorrem na quinta feira. A incorporação das mudanças não modificou o sentido originário da Semana Santa, que é o de celebrar a libertação. Para os cristãos, a Páscoa celebra a libertação da opressão do pecado, uma vez que se sentiam resgatados pelo sacrifício de Cristo.
Fonte: Revista Memória Carmense nº 11

Nenhum comentário:

Postar um comentário