sexta-feira, 9 de junho de 2023

A Irmandade mais antiga que se tem notícia em Carmo da Mata é a de Nossa Senhora do Rosário.



Sua invocação que em outras localidades era quase que praticada apenas pelos negros escravos; em Carmo da Mata o povo em geral dedicava - lhe fervorosa devoção e, em 15/01/1877, sua diretoria tinha os seguintes nomes: Provedor Capitão: José Affonso Rodrigues; Tesoureiro: Malaquias Antônio Tavares e membros, entre outros,  Manoel Joaquim Pinto e Moisés Vitorino dos Santos ( Avô do Jornalista Lalano). Nesta época já havia terminado a construção da Igreja do Rosário.

Igreja do Rosário 

Construída nos anos 70 do século XIX. A única informação que se tem em documentos foi por ocasião de uma doação de 500 réis feita pelo fazendeiro Francisco Pereira Cardoso, falecido em 14/06/1872, o que fez constar de seu testamento escrito em 10/04/1872, portanto,  pouco antes de falecer.

Pelas fotos da Igreja do Rosário, pode se notar a simplicidade de sua construção que, de início, era ainda mais simples, pois nem possuía torre, que foi erguida mais tarde.

 Até pela alvenaria nota-se sua diferença no corpo da capela; no seu frontispício, possuía um ‘óculo’, igual aos outros dois que ainda existem no alto das paredes laterais. 

O da frente,  que pode ser visto pelo lado de dentro, seria desnecessário se houvesse torre. 

Ainda podemos notar, pelas  fotos, a elegância do seu telhadinho que se afunilava delicadamente para sustentar a cruz. Várias intervenções posteriores descaracterizaram a centenária Igreja do Rosário. 

Seu interior, entretanto, guarda os traços primitivos da construção , de muito bom gosto. Apesar do sacrifício acarretado para a construção para sua edificação, os bonitos altares,  o altar Mor e os dois laterais no corpo da Igreja,  são a prova do delicado trabalho realizado. 

O grande batalhador, que tomou frente da obra, foi Moisés José Bernardes, homem pardo, natural do Arraial de São João Batista (Morro do Ferro), nos idos de 1820. Senhor Moisés Bernardes deve ter aportado em Carmo da Mata pela influência do Padre Antônio Pereira da Paixão, aqui foi sacristão,  escrivão de notas do Distrito ( 1859 - 1876), 1875 fiscal, comerciante e pedreiro. Ao seu lado na construção da Igreja do Rosário, lutaram José Afonso Rodrigues, com seus parentes na Forquilha e, certamente, os negros escravos que sempre mantiveram viva a devoção à Nossa Senhora do Rosário em Carmo da Mata.

No ano 1922 a torre da Igreja,  que estava bastante estragada, precisou ser  reformada. Todo o trabalho da época pode ser acompanhado pelas anotações contidas no ‘Livro Caixa’, então aberto com a finalidade específica, de controlar os recebimentos das doações e das despesas com as obras. 

Muitas pessoas colaboraram,  destacando - se o Padre Galdino Ferreira Diniz com uma generosa quantia.

Tribuna do Carmo e foto Ricardo Câmara 

#Religiosidade #Tradição #Preservação

Nenhum comentário:

Postar um comentário