domingo, 14 de agosto de 2022

O Reinado de Nossa Senhora do Rosário é a manifestação cultural mais antiga do Município de Cláudio.

Reinado de Nossa Senhora do Rosário: Tradição e Religiosidade em Cláudio

O Reinado de Nossa Senhora do Rosário é a manifestação cultural mais antiga do Município de Cláudio.

Em 27 de novembro de 1854, o Bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso, autorizou aos devotos de Nossa Senhora do Rosário a exercerem suas funções, rezas, terços e reinados na Capela da Aplicação de Cláudio (construída em 1761 e com escritura lavrada em 1775), "em virtude da avultada esmola com que concorreram para a nova capela de Nossa Senhora da Conceição", que estava sendo construída na outra extremidade do Largo do Rosário, e que viria a ser, anos mais tarde, a Igreja Matriz. 

Ao grupo de devotos que havia feito a solicitação a Dom Antônio, foi exigido que se formalizada a Irmandade do Rosário, à qual caberia a administração da Capela. Os Estatutos Sociais da Irmandade foram aprovados no ano seguinte, pelo bispo de Mariana (4 de fevereiro de 1856), e pelo Presidente da Província (13 de fevereiro de 1856).

Durante muitos anos a Festa do Rosário realizou-se naquela pequena igreja, até ser interrompida, provavelmente no início do século XX, por determinação do pároco local, que passara a considerar como rituais de magia negra os folguedos dos negros. Durante esse período, a Festa passou a se realizar nos arredores da cidade e nos povoados, com destaque para o Povoado do Bananal, onde os devotos se mantiveram firmes nas manifestações de sua fé.
Mesmo durante o período em que a Festa estivera proibida na cidade, os folguedos eram realizados nas imediações da Fazenda da Praia, tendo sido um dos últimos reis, o Cel. Joaquim da Silva Guimarães, o Quinca Barão.

Em 1945 era pároco de Cláudio, Padre Manuel da Cruz Libânio, que fez cessar a proibição, exigindo da Irmandade a extinção de qualquer vínculo com rituais profanos e de feitiçaria, mantendo estreita obediência aos preceitos da religião católica.

Naquele ano, Jesus Teixeira Pinto e Rosa de Freitas Teixeira, tendo recebido a Coroa no Povoado de Bananal, trouxeram as festividades novamente para a cidade. Nessa ocasião, dois ternos vieram do Bananal, portanto a Bandeira, em torno da qual realizou-se um encontro de todos os ternos, possivelmente nas proximidades do local onde anos mais tarde, seria construída a Capela do Coração Eucarístico de Jesus, em terreno de Antônio de Souza Júnior (Antônio "Sapateiro").

Em seguida, o cortejo seguiu em direção à praça onde antigamente se realizavam os festejos do Reinado (hoje Praça Levy Victoi de Freitas, anteriormente à construção do Automóvel Clube).
Dentre os participantes daquele primeiro Reinado do século XX, destacam-se os seguintes:

1° Capitão-General: Teodoro Marcelino
2° Capitão-General: Pedro Marcelino
Capitão: Antenor Rezende
Capitães da Guarda: Amâncio e Carlota

O Rei Congo, João Ferreira de Oliveira e a Rainha Conga Maria Rosalina de Jesus, no ano seguinte passaram suas coroas para Francisco Antônio da Costa (Chico Sudário) e Maria Neta. Eram reis perpétuos Vicente Teodósio Clemente e Orentina Maria da Conceição.

►Tribuna de Cláudio

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